quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Trivialidade Inflamada.


   Eu não teria a mesma vontade de viver se não tivesse em nenhum momento do dia essa ânsia de voltar para casa. Sei que lá há uma mulher que todos agraciam, mas que só eu tenho e como é maravilhoso ter pra si algo que lhe governe por inteiro. Oh minha rainha, foram-se todas as horas do dia saciando esse teu cheiro.
   Vou-me... Todo em calafrios fortes daqueles que estremecem o corpo. Sim esses incontroláveis que te deixam sem conexão por uns milésimos de segundos e que depois te deixa a sensação de ter sido tocado, de ter sido ligado e só então o corpo vai relaxando.
   Ao ver toda distancia ficando pra trás minha dona, começo a lembrar de nossa história desde aquele dia na escola, até hoje. Eu achava que a melhor sensação do mundo era te olhar... Nem tinha como saber como seria se você me olhasse, antes se tu te arriscasses já estaria longe como coração na mão e feliz porque tentaste.
   Hoje minha flor, este coração adulto arqueja de tanto pudor, querendo embaraçar-te nos teus cabelos, querendo sim perder toda compostura. Ah coração, segure-se! Ainda tem estrada até que tua divindade possa exasperar-lhe e depois acalmar-te pois só ela tem o dom de fazer e ser o fio que te dispara.
   Foi só um olhar, e basta só um olhar para que tu menina preenchesse a boca do mais vivo batom vermelho, o corpo dos mais belos cheiros, e das mais insinuosas curvas. És palma e raiz dos meus desejos.
   Chego em casa, já sinto o mais puro aroma do seu perfume. Chego, abro a porta encontro-te risonha com a mesma cara de menina de alguns anos, mas com um charme tão cruel... Daqueles que só mulher feita tem, daquele jeito que só mulher feita sabe.
   Teremos então o privilégio de poder parar o tempo, descontaremos todo o longo caminho e todo longo dia e numa matemática louca seremos por um só sem analogias, sem anagramas... Fomos sala, cozinha, casa mas agora só cama.
   Inflamados, dançaremos a dança mais antiga, teremos a sensação da mais bela noite vivida e no final com o mesmo aconchego dou-lhe mais um beijo e sacio o nosso desejo de nos termos. Afinal, de que valeria a vida se não houvesse minha expectativa de tu meu amor?.